quarta-feira, 8 de junho de 2016

Propaganda

Propaganda: Uma maneira de conseguir vender mais produtos e/ou conseguir vender produtos mais caro fazendo o comprador achar que conseguiu um ''preço justo'', muitas vezes com o valor da publicidade embutida sendo bem maior do que qualquer vantagem do dito produto em relação aos concorrentes ou substitutos. Pode parecer algo moderno, mas é algo tão antigo quanto a humanidade: os fabulistas e contadores de histórias foram os primeiros propagandistas. Um exemplo disso é a imagem pública dos lobos e raposas em relação a das galinhas.

Na vida real, as galinhas são animais que passam o dia inteiro comendo, comendo quase tudo o que um porco ou rato podem e boa parte do que os urubus e baratas gostam, e arrancam os olhos e matam umas as outras por grãos de milho ou espaço em poleiros com espaço para o triplo de galinhas presentes. Os lobos e raposas, por sua vez, são animais que se protegem entre si não hesitando em arriscar a própria vida para proteger o bando e/ou os filhotes, e costumam ser muito afáveis quando domesticados, ainda que não tanto quanto os cavalos e cachorros.

No entanto, graças a nossa propaganda, os lobos e raposas são sinônimos de ferocidade, maldade, perfídia, e ambição, e as galinhas de espírito materno, dedicação, confiabilidade e sociabilidade.  Devido a esse efeito, é uma das ferramentas favoritas dos ideólogos, demagogos e especuladores em geral, tendo sido usada não só para fazer o público engolir ofertas e projetos não apenas desvantajosos, mas danosos no médio e longo prazo.

Nem sempre é algo mau, porém. Um exemplo clássico é o famoso ''Boxing Champion Electro-Griller'' . O produto em si não é ruim, e o engenheiro que o projetou fez um trabalho de mestre. Porém, para conseguir emplacar o produto, a fabricante teria que promovê-lo em meio a centenas de outros produtos promovidos pelos concorrentes e por ela mesma, e o resto do mundo não aceitaria comprar algo que não tivesse feito sucesso nos Estados Unidos. O fabricante então abordou um famoso boxista, quase o melhor do mundo, para promover o produto com seu nome, e o produto passou a vender milhões de unidades nos EUA e no mundo. O engenheiro que projetou o produto ficou em quinto plano mas provavelmente se aposentou com todas as garantias, e o boxista alegadamente ganhou ainda mais com o licenciamento do seu nome do que com a própria carreira esportiva, ficando melhor financeiramente do que outros artistas e esportistas mais bem posicionados nos rankings ou com mais projeção de mídia. 

Eu pessoalmente, tive uma unidade do produto em questão, comprada com meu primeiro salário, mas tinha preguiça de limpá-lo e quando os preços de energia aumentaram, o revendi via internet para um senhor que acredito que irá instalá-lo num restaurante ou lanchonete, e vai lucrar com ele porque o comprou por metade do preço em minha mão com apenas uns 12 ou 15 usos.

Portanto, a propaganda é algo que pode ser bom, mas também é injusta.

Termos relacionados: Publicidade, Relações Públicas, cerimonial, marketing, ideologia, comércio 




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