Diabo

Diabo. Categoricamente falando, um subtipo de anjo que praticou o delito do ateísmo e foi exonerado da hierarquia celestial para um posto mais baixo, passando a ter de realizar a função de promotor da humanidade, passando a terem que apresentar aos Poderes que São relatórios detalhados do porquê a raça humana não merecer a redenção final.

Se essa função de ''acusadores'' que os diabos tem for literal, então o local de trabalho deles, ao invés de ser uma punição para os humanos maus, deve ser acima de tudo para eles mesmos, devido ao trabalho de catalogar tudo o que fazemos de errado tanto como individuos quanto como organizações, incluindo nisso as ações boas e racionais que acabam tendo efeitos ruins em outras pessoas.

A sabedoria islâmica atesta que o Diabo original, Íblis, teria sido um anjo ou gênio, que não quis servir aos seres humanos, improvisados a partir de simples lama e um pouco de sopro divino, sendo os anjos e gênios seres quase perfeitos, compostos de puro ar, éter e fogo sagrado, e que por isso Deus condenou a ele e os anjos/gênios que o seguiram ao Inferno.

Assim, poderia se considerar que o pecado original do Diabo foi, acima de qualquer outro, dar mais valor a hierarquia estabelecida do que a conclusão da obra. Ele não podia aceitar que os novos trainees seriam promovidos a engenheiros-chefes na construção que ele passou tanto tempo como mestre-de-obras, e tentou liderar uma greve por paridade que acabou com sua demissão e a do resto dos grevistas. Como a instância final a que ele podia recorrer era o próprio Patrão, o recurso dele foi negado, situação na qual ainda se encontra.

Termos relacioados: demônio, adversário, opositor, promotoria.

Propaganda

Propaganda: Uma maneira de conseguir vender mais produtos e/ou conseguir vender produtos mais caro fazendo o comprador achar que conseguiu um ''preço justo'', muitas vezes com o valor da publicidade embutida sendo bem maior do que qualquer vantagem do dito produto em relação aos concorrentes ou substitutos. Pode parecer algo moderno, mas é algo tão antigo quanto a humanidade: os fabulistas e contadores de histórias foram os primeiros propagandistas. Um exemplo disso é a imagem pública dos lobos e raposas em relação a das galinhas.

Na vida real, as galinhas são animais que passam o dia inteiro comendo, comendo quase tudo o que um porco ou rato podem e boa parte do que os urubus e baratas gostam, e arrancam os olhos e matam umas as outras por grãos de milho ou espaço em poleiros com espaço para o triplo de galinhas presentes. Os lobos e raposas, por sua vez, são animais que se protegem entre si não hesitando em arriscar a própria vida para proteger o bando e/ou os filhotes, e costumam ser muito afáveis quando domesticados, ainda que não tanto quanto os cavalos e cachorros.

No entanto, graças a nossa propaganda, os lobos e raposas são sinônimos de ferocidade, maldade, perfídia, e ambição, e as galinhas de espírito materno, dedicação, confiabilidade e sociabilidade.  Devido a esse efeito, é uma das ferramentas favoritas dos ideólogos, demagogos e especuladores em geral, tendo sido usada não só para fazer o público engolir ofertas e projetos não apenas desvantajosos, mas danosos no médio e longo prazo.

Nem sempre é algo mau, porém. Um exemplo clássico é o famoso ''Boxing Champion Electro-Griller'' . O produto em si não é ruim, e o engenheiro que o projetou fez um trabalho de mestre. Porém, para conseguir emplacar o produto, a fabricante teria que promovê-lo em meio a centenas de outros produtos promovidos pelos concorrentes e por ela mesma, e o resto do mundo não aceitaria comprar algo que não tivesse feito sucesso nos Estados Unidos. O fabricante então abordou um famoso boxista, quase o melhor do mundo, para promover o produto com seu nome, e o produto passou a vender milhões de unidades nos EUA e no mundo. O engenheiro que projetou o produto ficou em quinto plano mas provavelmente se aposentou com todas as garantias, e o boxista alegadamente ganhou ainda mais com o licenciamento do seu nome do que com a própria carreira esportiva, ficando melhor financeiramente do que outros artistas e esportistas mais bem posicionados nos rankings ou com mais projeção de mídia. 

Eu pessoalmente, tive uma unidade do produto em questão, comprada com meu primeiro salário, mas tinha preguiça de limpá-lo e quando os preços de energia aumentaram, o revendi via internet para um senhor que acredito que irá instalá-lo num restaurante ou lanchonete, e vai lucrar com ele porque o comprou por metade do preço em minha mão com apenas uns 12 ou 15 usos.

Portanto, a propaganda é algo que pode ser bom, mas também é injusta.

Termos relacionados: Publicidade, Relações Públicas, cerimonial, marketing, ideologia, comércio 

Dinossauro

Dinossauro : num Universo alternativo, o estágio intermediário entre os reptiprimatas de polegares opositores, coluna semi-ereta, ovo-vivíparos de e pele não mais escamosa, e os anfíbios que os antecederam. Neste Universo pós-meteoro, as estrelas de filmes infantis, de terror e ficção científica. Animais que, há milhões de anos de distância, ainda despertam admiração e medo. Este dicionarista, pessoalmente, deve uma parte bem feliz de sua infância e começo de adolescência a eles. 

Na verdade, parte da juventude também porque a cena do raptor usando o T-Rex pra fazer briga de galo contra outro T-Rex mais malvado no último Jurassic Park foi épica.

Termos relacionados: lagarto, kaiju, predador, antiguidade, obsoleto.                                                                                         

                                       

Vinho

Produto relativamente apreciado em nosso país, por ser geralmente considerado coisa de mulher ou para se conseguir uma (ou outra além de você mesma) mulher para passar a noite, quando não coisa de português, francês ou italiano, quando estes próprios também por acaso não preferem ou são colocados para preferir cerveja na marra pelos amigos brasileiros.

Um tipo de visão que está mudando recentemente, com cada vez mais pessoas pesquisando sobre o vinho e buscando pelo menos consumir uma vez ou outra alguma das marcas um pouco mais sofisticadas do que nosso velho vinho de mesa.

Hoje em dia, é cada vez mais comum encontrar alguém que saiba o básico da harmonização e dos cuidados com o serviço do vinho, sabendo que receitas e petiscos servirem com o vinho que compraram, ou pelo menos quais não servirem.

Algo que harmoniza com qualquer vinho é estar bem longe de gente que acha que entende de vinhos, para não miar nem seu momento nem qualquer esquema que você queira encaixar nele. É mais  importante que o entendedor de vinhos que você contratar ou convidar tenha mais broderol do que conhecimento bruto, para não estragar o vinho razoável que você comprou com a chatice dele.

Garantido isso, o vinho e os acompanhamentos não precisam ser caros, mas sim preparados de uma maneira que todos aproveitem o momento. Com os produtos e companhias certas, é possível até mesmo transformar alguns garrafões de vinho de mesa e um saco de amendoim torrado num momento único.

Termos relacionados: cerveja, cidra, fermentação, álcool, Baco.

Teste do Enochato: Pergunte a pessoa se A, B, C são vinhos. Se disser que C não é vinho de fato mas é bebível chame, e se falar tão mal de A e B quanto de C não deixe ela saber que você organizou nada.